quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FRATURAS

Quando ocorre de a ave quebrar um osso, a primeira providência é retirar os poleiros e colocar água e comida a disposição da ave. Será necessário encanar o osso com gesso dissolvido em água ou álcool, que levará mais ou menos um mês para colar. Se for a perna que quebrou, pegue um canudinho de refresco cortado ao meio, coloque as duas partes na perna e passe o gesso, deixando uns 45 dias, após retire o gesso. Se for a asa que quebrou, será necessário cortar todas as penas da asa, dependendo da fratura, tente encaná-la com gesso. Caso não consiga, o melhor e mais correto é levar a ave a um veterinário, que esta mais acostumado a fazer estes serviços.

Ministrar um anti-infamatório.

GIARDIA

Cuidados e prevenção

A giárdia é um microrganismo unicelular, um protozoário, do mesmo grupo dos coccídeos, tricomonas e toxoplasmas. Possui flagelos que o auxilia na locomoção.

A espécie que comumente afeta as aves é a Giardia psittaci, que é de uma espécie diversa da que parasita o homem, a Giardia lamblia. De um modo geral a psittaci não acomete o ser humano, nem a lamblia parasita as aves.
A contaminação se dá pela forma direta, ou seja, através da ingestão dos cistos de giárdia encontrados na água e nos alimentos. Os cistos é uma forma de resistência do protozoário, que permite sua subsistência por um tempo prolongado na matéria orgânica ou na água.

A disseminação desse microrganismo se dá pela eliminação dos cistos através das fezes das aves contaminadas. No organismo da ave o parasita habita o intestino delgado, principalmente o duodeno, onde se reproduz por divisão binária.

No intestino da ave a giárdia pode permanecer um longo tempo sem causar sintomatologia, nesse caso o animal parasitado é denominado de portador assintomático, quando apesar de estiver sadio pode disseminar para o meio a forma contaminante da giárdia (o cisto).

O grupo de aves mais comumente afetado é o dos psitacídeos, porém os passeriformes também podem ser contaminados. Na literatura norte-americana não encontramos relatos de giárdia em canários (serinus) e fringilídeos. Em nosso meio não foram encontradas informações estatísticas a esse respeito.

um é a diarréia.
Alterações cutâneas também podem surgir como pele seca, prurido e arrancamento de penas. Pode ainda afetar os filhotes recém-nascidos, causando debilidade e morte.

As fezes podem ter aspecto mucóide e apresentar mau odor. Nas infestações maciças até um quadro de má absorção intestinal dos alimentos pode ocorrer, com perda de gordura e nutrientes pelas fezes, ocasionando um quadro de letargia e desnutrição.

O diagnóstico de certeza é feito com o encontro doas cistos e trofozoítos (forma adulta habitante do intestino). Contudo algumas dificuldades surgem, pois a eliminação dessas formas pelas fezes é inconstante. O ideal é a realização de exames de fezes seriados a fresco (com menos de 10 minutos após a evacuação).
Um único exame negativo não afasta a possibilidade de contaminação.

Na impossibilidade do exame a fresco a conservação das fezes em formalina 10% (5% segundo alguns autores) é recomendada, pois a giárdia na forma trofozoítica é frágil e desintegra-se facilmente. Preservar os trofozoítos é importante, pois aumenta a chance de diagnóstico, que estariam reduzidas se a procura for feita apenas pelos cistos. A ave contaminada não elimina o protozoário em todas as evacuações.

Um método utilizado pelos laboratórios com o intuito de facilitar a identificação dos cistos é o uso da solução de sulfato de zinco, que é facilmente preparada e faz com que os cistos flutuem se separem das fezes e possam ser mais facilmente identificados com o uso do microscópio.

O tratamento mais é feito com metronidazol por um período de 5 a 10 dias. No entanto há muitos relatos de resistência a esse medicamento. O mais indicado seria a administração da dose diária diretamente no bico, pois a dissolução na água de beber pode reduzir a sua eficácia. Outra opção terapêutica é o febendazol, que tem o inconveniente de ser mais tóxico, podendo ocasionar alterações na plumagem e até a morte da ave. Temos ainda o relato do uso da paromomicina, um antibiótico aminoglicosídeo com ação antiprotozoário e o dimetridazol, que apesar de eficaz tem vários efeitos tóxicos.

Geralmente está indicado o tratamento para todas as outras aves que estiveram em contato com o indivíduo infestado.

A reinfestação, muitas vezes confundida com resistência do parasita à medicação, pode se tornar comum se o ambiente que a ave vive não tiver um bom controle sanitário. Muitas vezes é necessário que seja repetido o tratamento periodicamente. Em algumas aves nunca estarão completamente curadas da giardíase.
Como a forma de propagação é pela ingestão de água e alimentos contaminados por fezes, todo esforço para se prevenir que isso ocorra será de grande valia.

O fundo da gaiola deve ser protegido por grade removível e os alimentos e a água devem estar fora do alcance dos dejetos, preferencialmente em recipientes externos à gaiola. Devemos impedir que aves silvestres adentrem no criatório, pois podem ser reservatórios da giárdia. Outro cuidado é a quarentena e exame de fezes das novas aves adquiridas pelo aviário.

Desinfetante a base de amônia quaternária e cloro a 10 % são efetivos na inativação dos cistos.
A grande verdade é que aves que são mantidas em ambientes saudáveis, com alimentação e água adequadas estão sendo submetidas à melhor profilaxia de doenças infecciosas e parasitárias que existe.

Concluindo: Ave que não come fezes não terá parasitose intestinal.

GRIPE ASIÁTICA


BOLETIM DO CRIADOURO CAMPO DAS CAVIÚNAS
Nº 12 JANEIRO DE 2004
REDATOR: Dr. JOSÉ CARLOS PEREIRA
RUA JOAQUIM DO PRADO, 49. CRUZEIRO/SP. TELEFAX 0xx12 31443590
Drjosecarlos2000@aol.comEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

OS VÍRUS

Meu filho está com virose. Sem dúvidas, é a frase mais ouvida nos consultórios de pediatras nos dias de hoje. Afinal, o que são os vírus?

As doenças infecciosas são determinadas por elementos vivos como as bactérias, os fungos, os parasitas, englobando os protozoários e os vermes, e, mais freqüentemente, os vírus.

Embora os vírus da varíola e do herpes fossem conhecidos já na Antigüidade, o campo da virologia data de cem anos. Os vírus são formados por molécula de ácido nucleico (ADN, ácido desoxirribonucleico, ou ARN, ácido ribonucleico) envolvida por uma ou mais proteínas que formam uma concha conhecida por capsídeo e, alguns deles, ainda possuem uma membrana externa como se fosse um envelope. O capsídeo é formado por capsômeros compostos por uma ou mais proteínas. O capsídeo e o envelope protegem o genoma (número total de cromossomas de cada célula, ou seja, é o patrimônio hereditário recebido do pai e da mãe) da degradação, favorecendo a sua difusão célula a célula e a disseminação entre humanos ou de outros animais, inclusive insetos e pássaros, para os humanos. Cada vírus pode ter de poucos até 200 genes contidos no genoma de dupla fita de ADN ou de fita única de ARN. Portanto, o vírus tem uma complexidade genética muito limitada.

Diferentemente de outros organismos, os vírus não possuem estruturas capazes de metabolizar os açúcares, os lipídios e as proteínas ou a geração de fosfatos de alto teor de energia; assim, necessitam usar as estruturas das células para a sobrevivência e a replicação, o que, explica serem eles parasitas intracelulares obrigatórios.
Existem algumas estruturas capazes de provocar doenças que, apesar de muito semelhantes, não são classificadas como vírus: os virusóides, compostos somente de ácido nucleico e dependem dos vírus salvadores para serem envelopados; os viróides, formações com pequenas moléculas desnudas de ARN e são restritos às plantas e os prions, proteínas celulares anormais capazes de romper o funcionamento normal das células e provocar doenças como a encefalopatia esponjosa bovina, a doença da vaca louca.

Os vírus fixam-se às células através de receptores existentes nas superfícies das mesmas; alguns têm grande especificidade por algumas células como os vírus das hepatites para as células do fígado e outros, como os vírus das gripes, fixam-se a receptores de diversos órgãos. Após penetrarem nas células, os vírus mantêm uma grande interação com elas e usam as suas estruturas para replicar os seus genomas e sintetizar as suas proteínas. Muitos vírus ADN e ARN possuem genes que codificam proteínas não diretamente envolvidas no envelopamento e na replicação, mas que têm muita importância pelas alterações que provocam na biologia celular: proteínas que, direta ou indiretamente, alteram o crescimento celular, proteínas que inibem a síntese do ADN/ARN e das proteínas celulares favorecendo a transcrição das mensagens genéticas para a replicação viral, proteínas que prolongam a vida da célula possibilitando o amadurecimento dos vírus e proteínas que atrapalham as respostas inflamatória e imunológica do organismo facilitando a manutenção da ação dos vírus. A grosso modo, podemos afirmar que os vírus são verdadeiros chupins das células.

Os vírus ARN são replicados no citoplasma das células enquanto os vírus ADN, exceto os vírus da varíola e do molusco contagioso, são replicados nos núcleos celulares. Cada família de vírus tem o seu próprio e único mecanismo de replicação. A velocidade de replicação viral é fantástica: enquanto as células multiplicam-se dobrando e dividindo o seu genoma, cada replicação viral resulta na produção de 10 até 1000 progênies. Estando formados e encapsulados, os vírus deixam as células para continuarem as suas vidas de infectantes.
A síntese dos ácidos nucleicos (ADN ou ARN) virais está mais sujeita a erros do que a síntese dos ácidos nucleicos celulares; por isso as mutações são mais comuns entre os vírus, o que, dificulta a ação dos sistemas de defesa do organismo e dos medicamentos.

Os vírus são responsáveis por um sem número de doenças, tanto nos animais como nas plantas, e distribuem-se por todo o planeta. As famílias mais importantes para o homem são: a- Vírus ARN, com as famílias picornaviridae ( vírus da paralisia infantil, dos resfriados e da hepatite A), caliciviridae ( vírus da hepatite E), togaviridae ( vírus da rubéola), flaviviridae ( vírus da febre amarela, da dengue e das hepatites C e G), coronaviridae (vírus da coronavirose), rhabdoviridae (vírus da raiva), filoviridae (vírus Ebola), paramyxoviridae (vírus da parainfluenza, da bronquiolite, do sarampo e da caxumba), orthomyxoviridae (vírus da influenza A, B e C), bunyaviridae (hantavírus), arenaviridae (vírus da coriomeningite linfocítica), reoviridae (rotavírus, causador de diarréias) e retroviridae (como o vírus da AIDS) e b- Vírus DNA, com as famílias hepadnaviridae (vírus da hepatite B), parvoviridae (vírus do eritema infeccioso e da papilomatose humana), adenoviridae (vírus das adenoviroses humanas), herpesviridae (vírus do herpes simples, Epstein-Barr, da catapora e da citomegalia) e poxviridae (vírus da varíola e do molusco contagioso). Na verdade, os retrovírus, os lentivírus e o vírus da hepatite B não são puros vírus ADN ou ARN.

Alguns vírus, como o da papilomatose, o vírus Epstein-Barr e o vírus da hepatite C podem ser agentes importantes no surgimento de lesões cancerígenas. Acredita-se que 10 a 20% dos cânceres originam-se de infecções virais.
Descrição prática sobre os vírus temos:

  1. São os agentes infecciosos mais comuns, podendo ser responsáveis por mais de 80% das infecções encontradas nos consultórios e hospitais;

  2. Não sofrem a ação dos antibióticos como acontece com as bactérias, alguns fungos e alguns protozoários. Por isso, é muito importante distinguir as infecções virais das bacterianas, evitando o uso abusivo de antibióticos, os problemas ocasionados por eles e os gastos desnecessários;

  3. Não usar medicamentos contendo aspirina para baixar a febre provocada por vírus, pois, a associação da aspirina com alguns vírus pode desenvolver reações (síndrome de Reye) até mortais;

  4. Os medicamentos antivirais somente são usados nos casos mais graves e sob estrita orientação médica;

  5. Os melhores resultados contra os vírus são as vacinas já existentes e os métodos de profilaxia indicados para cada um deles. Os cuidados maiores devem ser com as crianças pequenas e os bebês, os idosos e pessoas com a imunidade comprometida por outras doenças ou medicamentos. Mais comumente a transmissão dos vírus acontece através de partículas aerossolizadas, como acontece com as gotículas eliminadas pela boca ou nariz, pela ingestão de água ou alimentos contaminados ou pelo contato direto. Para todas essas condições, a infecção começa pela pele ou mucosa e dissemina-se pelo sangue, pela linfa ou pelos circuitos nervosos. A inoculação parenteral, como acontece com picadas de insetos ou agulhas de injeções, é outra via importante de transmissão de alguns vírus. Há vírus que podem ser transmitidos pelo ato sexual. Os ajuntamentos de pessoas favorecem muito a transmissão dos vírus respiratórios

MUDA FRANCESA

Causas: Infecções bacterianas, parasitoses, deficiência metabólica ou é ligada à hereditariedade.

Sintomas: Algumas penas tomam aspecto retorcido e desalinhado. Podem tornar-se quebradiças.

Tratamento: Verificar se o pássaro apresenta infestação por ácaro. Melhorar a condição nutricional do pássaro, reforçando vitaminas, cálcio e ferro na dieta. Cortar a pena deformada com uma tesoura e aguardar a próxima muda para sua substituição. Não arrancar as penas.

Prevenção: Dieta equilibrada e higiene.

MYCOPLASMA

Microorganismo perigoso
BOLETIM DO CRIADOURO CAMPO DAS CAVIÚNAS
Nº 9 OUTUBRO DE 2003
REDATOR: Dr. JOSÉ CARLOS PEREIRARUA JOAQUIM DO PRADO, 49.
CRUZEIRO/SP. TELEFAX 0xx12 31443590
Drjosecarlos2000@aol.comEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

Os Mycoplasmas são os menores microorganismos de vida livre, diâmetro variando entre 100 e 300 nanômetros e comumente encontrados tanto em plantas como em animais, inclusive o humano. O Mycoplasma pneumoniae, nos anos 60, chegou ser confundido com os vírus e foi chamado agente Eaton. A extrema pequenez do genoma limita muito a capacidade de biossíntese, o que, explica as difíceis exigências nutricionais para o seu cultivo em laboratório e a necessidade de ter existência parasítica(vivem às custas de outros seres vivos. Sólon, um dos sete grandes pensadores gregos, chamou de parasita o freqüentador assíduo dos banquetes oficiais. É, amigos, puxa-sacos e sócios do erário público existem há muito tempo) ou saprófita (vivem sobre outros seres vivos sem os prejudicar). Dependem, para a sobrevivência, da ligação às células dos hospedeiros para na busca de precursores essenciais como ácidos gordurosos, nucleotídeos, aminoácidos e esteróis.

Por não terem parede celular, sendo contornados somente por três membranas, apresentam como propriedades biológicas mais importantes a resistência aos antibióticos betalactâmicos (antibióticos, como as penicilinas e as cefalosporinas, que possuem na sua fórmula o anel betalactâmico e agem destruindo a parede celular da bactéria. A bacitracina, por agir da mesma maneira, também sofre a resistência dos Mycoplasmas) e grande pleomorfismo (capacidade de apresentarem-se de diversas formas, como cocos, bastonetes e anelar dependendo do meio em que se desenvolvem).

Por não produzirem ácido fólico, também são resistentes às sulfonamidas e à trimetoprima. A ausência da parede também os torna sensíveis a fatores externos: sobrevivem apenas por poucas horas em superfícies secas e durante dois a quatro dias na água e, muito bom para os criadores, são pouco resistentes aos desinfetantes comuns. Têm predileção pela colonização do revestimento mucoso, provocando inflamações crônicas nos tratos respiratório e urogenital e nas articulações (juntas) de várias espécies de animais, inclusive aves e cães. Aí está, amigo Ivan, mais uma causa daqueles passarinhos com as juntinhas inchadas e com dificuldades para pousar no poleiro. Causam desarranjo dos cílios (formações digitiformes que movimentam a camada de muco) das células mucosas e, algumas vezes, a destruição celular. Alguns, como o U. urealyticum, expressam uma protease (enzima) que destrói a imunoglobulina A, um dos fatores de defesa mais importantes da mucosa (membrana que forra os órgãos ocos e as cavidades naturais do organismo, mantida úmida por uma camada de muco).

Pertencem à ordem Mycoplasmatales, da classe Mollicutes. Foram agrupados em três gêneros: 1- Mycoplasma, que necessitam colesterol para o crescimento; 2- Acholeplasma, não necessitam colesterol para crescerem e 3- Ureaplasma, também necessitam do colesterol para o crescimento, além de uréia para o metabolismo energético. Umas quatorze espécies de Mycoplasmas já foram descritas como causadoras de doenças no homem/mulher (vivo perguntando, por que falar somente no homem sempre que queremos nos dirigir aos humanos? Parece um critério machista do homem, querendo ter primazia até nas doenças, sô!). O Mycoplasma orale e o salivavarium até o momento são tidos como reles comensais da cavidade oral; o Mycoplasma pneumoniae, o mais famoso da patota, é uma causa comum de pneumonia em todas as idades humanas. O Ureaplasma urealyticum e o M. hominis (olha aí de novo, por que não também M. mulheris?) em geral vivem assintomáticos no trato geniturinário, mas podem provocar infecções oportunistas em adultos e recém-nascidos. O M. genitalium, o M. fermentans e o M. penetrans podem ser encontrados nos tratos respiratório e geniturinário humano e merecem a atenção.

O básico para a patogenicidade do Mycoplasma é a aderência às células mucosas do hospedeiro, processo multifatorial e complexo responsável pela patogenicidade de muitas outras bactérias. Embora a maioria dos mycoplasmas fixem residência e multipliquem-se na superfície celular, algumas, como o M. fermentans, o M. penetrans e mais raramente o M. pneumoniae, podem localizar-se no interior celular onde ficam protegidos dos antibióticos e dos anticorpos do hospedeiro; aí está a explicação para a cronicidade da doença e a dificuldade de cultura em meios artificiais. Algumas espécies produzem citotoxinas, como as exotoxinas e o H2O2 (peróxido de oxigênio), e polissacarídeos. Nas aves, como em outros animais, existem alguns fatores que facilitam a infecção pelos mycoplasmas: membrana epitelial imatura, ambientais(ar seco e calor), excesso de NH3 e infecções por alguns vírus (paramixovírus, reovírus, adenovírus) e bactérias como a Escherichia coli. Num surto dentro de um aviário podem haver desde pássaros assintomáticos até os quadros mais graves e mortais. Uma importante propriedade do M. hominis é a metabolização do aminoácido arginina com a conseqüente liberação de amônia que é tóxica para as células. O M. pneumoniae e o hominis produzem peróxido de hidrogênio, oxidante potente capaz de lesar as células. Os Ureaplasmas, que exigem colesteróis para o crescimentos e formam colônias bem pequenas em forma de ovo frito em meio contendo agar, diferentemente dos outros gêneros da classe Mollicutes, têm atividade de urease (enzima) que pode induzir a produção de cálculos urinários e a degradação das imunoglobulinas A secretoras que têm importância vital na defesa da mucosa. Alguns indivíduos infectados com o M. pneumoniae desenvolvem anticorpos reativos contra o cérebro, coração e músculos e auto-anticorpos da classe IgM que aglutinam os eritrócitos humanos a 4 graus centígrados (aglutinação a frigore).

Para a imunidade (defesa) os Mycoplasmas genitais exigem anticorpos específicos, o que, explica o fato da falta de anticorpos maternos, que passam para o feto nos meses finais da gestação, ser a causa do alto risco da doença para os prematuros. Dentro de uma Ordem as diferentes espécies provocam reações cruzadas entre elas, determinadas pela pequena antigenicidade (capacidade de reagir com anticorpos resultantes de uma resposta imunológica) determinada pela ausência de parede celular e por ficarem nos recessos da parede celular pouco acessíveis aos mecanismos de defesa do hospedeiro; essa baixa especificidade leva ao alto número de reações falso positivas em exames laboratoriais.

Os Mycoplasmatales possuem baixa infectividade, exigindo para a disseminação contato próximo entre os indivíduos, sendo as infecções mais comumente encontradas nos locais de maiores densidade populacionais. Os tratos respiratórios e genital são as portas de entrada primárias. Os microorganismos são disseminados pelas excreções das vias respiratórias (como as gotículas eliminadas durante a fala, canto, tosse ou espirros) e pelas gônadas de ambos os sexos. Nas aves, a infecção dos sacos aéreos pode conviver com a do ovário e dos folículos em desenvolvimento. Como pode haver muitos pássaros, inclusive filhotes, contaminados assintomáticos mas capazes de transmitir a doença, a atenção do criador na inspeção do seu plante e para a higiene do ambiente Nos ninhegos o contato direto é a principal maneira de disseminação. Pais podem contaminar os filhotes alimentando-os com conteúdo contaminado do papo. A transmissão transovariana pode ser importante em alguns criadouros. A fêmea contaminada é capaz de transmitir o microorganismo diretamente a toda à ninhada. Citam-se também a transmissão pelas penas ou poeira contaminadas. Estresses como o frio corrente de ar e exercícios intensos (como os longos vôos de pombos de competição) podem tornar aparente uma infecção até então inaparente.

No homem, os Mycoplasmas mais importantes são o M. pneumoniae, o Ureaplasma urealyticum e o M. hominis.O Mycoplasma pneumoniae é responsável por aproximadamente 15% das pneumonias nos humanos, sendo causa comum de traqueobronquites e bronquiolites. A adesão às membranas celulares ciliares é mediada pela proteína de adesão P1; a invasão da parede das vias respiratórias no máximo chega à membrana basal. As culturas, como de material colhido da garganta e do catarro, são demoradas e o exame sorológico mais usado para confirmar o diagnóstico é o ELISA (enzyme-linked immunosorbent), exigindo o diagnóstico definitivo a soroconversão em dois exames feitos com intervalos de 2 a 4 semanas. Embora haja controvérsias, podem ser usadas dosagens de IgM e IgG e a fixação do complemento. Sempre que for confirmada a presença de um caso na comunidade será muito provável a existência de outros. Os anticorpos encontrados no ELISA e na fixação do complemento apresentam reação cruzada com outros antígenos, principalmente de outros Mycoplamas, o que requer muito cuidado na avaliação.

O Ureaplasma urealyticum, com 14 sorotipos, e o Mycoplasma hominis, com sete sorotipos, são os chamados Mycoplasmas genitais, podendo ser isolados no trato urogenital baixo de mulheres e na urina, no sêmen e na uretra distal de homens assintomáticos. Provocam inflamação crônica do trato geniturinário e das membranas amnióticas (membranas que se desenvolvem em torno do embrião dos vertebrados superiores e formam o saco amniótico). Fazem parte do grupo das DST (doenças sexualmente transmissíveis). O M. hominis é uma das causas da doença inflamatória pélvica, inclusive a salpingite (inflamação da tuba uterina por onde passa o óvulo) que pode levar à infertilidade. Mycolasmas em aves. Muitas espécies de aves podem ser contaminadas pelos Mycoplasmas, inclusive os pássaros ditos de gaiola (cage birds). Embora possa atingir a ave em qualquer idade, a incidência é maior entre os filhotes.

Os Mycoplasmas mais comumente encontrados nas grandes criações de aves domésticas são o Mycoplasma gallisepticum, que provocam lacrimejamento, catarro nasal, problemas respiratórios com tosse e inchaço dos seios infraorbitários pela sinusite, saculite, queda na produção de ovos e septicemia secundária pela Escherichia coli (coisa ruim nunca vem sozinha); o Mycoplasma synoviae, que se manifesta por diarréia esverdeada, inchaços das almofadas das patas e nas articulações dos membros anteriores (asas) e posteriores (patas) que levam a ave a movimentar-se muito pouco. Nas articulações o quadro típico é o de sinovite (inflamação da membrana sinovial, revestimento interno da cápsula articular), principalmente dos tendões (tenossinovite), como acontece comumente nos jarretes. A bursite (inflamação da bursa, bolsa contendo líquido situada em locais de atrito mais forte) do osso esternal pode a piorar a respiração e Mycoplasma meleagridis, manifestado por queda da fertilidade, mortalidade de filhotes, deformidades de membros e pescoço, sinais respiratórios de média intensidade, catarro nasal, inflamação e inchação dos seios infra-orbitários (sinusite) e grande predominância entre os perus.

O Mycoplasma iowae está também entre os mais encontrados, provocando mortalidade embrionária e queda na fecundidade dos ovos A incubação varia com a espécie de ave e do Mycoplasma, girando em torno de 6 até 21 dias. A mortalidade pode ser alta, podendo chegar a 90% entre os filhotes de faisões. A doença dissemina-se lentamente e os olhos do criador devem estar atentos para os primeiros sinais como o pestanejar freqüente e a arranhadura das pálpebras. Aos poucos o estado geral vai se deteriorando, as pálpebras incham-se, a ave torna-se incomodada com a luz (fotofobia) e os olhos ficam encatarrados. Pode haver letargia, ficando a ave indiferente ao meio ambiente, inapetente e sonolenta, chocalhando a cabeça para remover secreção nasal grossa. Aos poucos vai perdendo peso. À inflamação da pálpebra (blefarite) ou da conjuntiva (conjuntivite) pode seguir inflamação da córnea (ceratite) que, nos casos mais sérios, pode levar à cegueira e morte por caquexia pela ave não ter condições de achar ou movimentar-se até o alimento. Muito característico é o aumento, às vezes gigantesco, com pouca ou nenhuma secreção, dos seios infraorbitários.

O pássaro fica dispneico (falta de ar), principalmente quando está excitado, e respira com o bico aberto. Podem ser ouvidos sons respiratórios murmurejantes (putz!). Algumas espécies de Mycoplasma e Acholeplasma podem ocasionar alta mortalidade embrionária. Em algumas espécies de aves, como gansos domésticos, pode haver infecção com necrose do falo, infecção da cloaca (cloacite), saculite (infecção dos sacos aéreos), orquite (infecção do testículo) e peritonite (inflamação do peritônio, membrana serosa que reveste internamente as cavidades abdominal e pélvica e externamente as vísceras nelas contidas) determinados pelo M. cloacale e, mais raramente, pelo M. anseris; nos criadouros atingidos pode haver altas incidências de ovos não férteis e mortalidade embrionária. O A. axanthum pode ser isolado de fezes e de secreções das vias respiratórias de aves de criadouro com mortalidade embrionária acima de 50%; nesses criadouros podem haver muitos casos de salpingite e saculite. As rinites, sinusites, conjuntivites e traqueites apresentam-se com secreção grossa gelatinosa.

Muitas vezes os Mycoplasmas lesam as mucosas e preparam o terreno para infecções secundárias por bactérias como a Escherichia coli, vírus e fungos. A infecção pode ficar endêmica num criadouro com pequenas evidências da sua presença como sinais respiratórios vagos, lacrimejamento, sinusite ou debilidade. Somente após contaminar um grande número de aves, ou nas situações estressantes, torna-se aparente. Aí está uma aspecto muito sério do problema e que deve ser sempre levado em conta par todo criador consciente.

Os Mycoplasmas estão entre os agentes que mais comumente provocam morte embrionária, conhecida pelos criadores como anel de sangue (blood-ring) ou morte dentro da casca. Chegam ao ovo pelo oviduto ou pelo sêmen de machos infectados. Os antibióticos mais usados nas aves são a enrofloxacina, tilmicosin, tetraciclinas, tylosin, tylamutin e lincospectin, os quais, somente devem ser usado por indicação do veterinário. Geralmente os antibióticos são usados na água de beber, nos alimentos e, muito interessante, injetado nos ovos (Tylosin ou a combinação de lincomicina e espectinomicina injetados nas câmaras aéreas); há quem banhe os ovos em soluções contendo antibióticos. Vi descrito que a elevação da temperatura em uma incubadora (forced-air incubator) até 46 graus centígrados por 12 a 14 horas é efetiva, mas pode diminuir em 8 a 12% a fertilidade dos ovos; não me perguntem se surte efeito porque não aconselho e não gosto de ovo cozido.

Se o tratamento é área de atuação do veterinário, o papel do criador na profilaxia é essencial:

- A manutenção higiênica do prédio onde está instalado o criatório deve ser diária, evitando o acúmulo de dejetos e restos alimentares. As excreções do hospedeiro protegem os parasitas da ação dos desinfetantes e devem ser removidas ante do uso dos mesmos. Ter um jogo de mangueira, pazinha de limpeza, baldes, botas, vassouras, rodos, cestos de lixo, etc. somente para dentro do criatório. Se existirem mais de um ambiente, um jogo para cada um. Verão que vale a pena o investimento.

O uso de detergentes e outros produtos de limpeza bactericidas deve ser feito com orientação técnica. Aqui não cabem improvisações. Ainda advogo o uso de vassouras de fogo tendo, é lógico, cuidado para não colocar fogo no prédio e nos pássaros. Sempre usei esse procedimento no canil e é tiro e queda. Nunca houve problemas com parasitas externos e, de quebra, elimino alguns parasitas internos que teimam em viver algum tempo fora do organismo. É método de fácil execução, rápido e não tem ação residual como os produtos químicos.

Com técnica adequada não danificará paredes, desde que não se fique com o fogo muito tempo num só lugar como estivesse assando um churrasquinho, e, creio, poderá ser usada nas gaiolas de arame vazias. Tendo-se o cuidado de tirar os pássaros do ambiente, isolando-se as partes combustíveis das instalações, evitando-se a presença de líquidos inflamáveis, etc., o método é seguro. Aconselho procurar informações com alguém que já tenha alguma experiência para não cometer erros de principiante. Lavar, se possível de maneira individualizada, os utensílios também com água filtrada. Se for possível, pelo menos uma vez por mês, ferver os utensílios resistentes à fervura, principalmente as grades e as bandejas do fundo da gaiola. Se for organizada uma rotina, mesmo nos criatórios maiores as atividades profiláticas serão relativamente fáceis.

- Tratar as fêmeas contaminadas por Mycoplasma é essencialíssimo porque podem infectar verticalmente os filhotes.

- Tratar os machos galadores infectados, pois, por ser comum usá-los com várias fêmeas (poligamia), poderão contaminar, através do sêmen, o plantel numa proporção geométrica. E criam uma cadeia de infectividade progressiva: macho – fêmea – embriões ou ninhegos. Cuidado com os machos que vão a torneios ou a outros criatórios para coberturas.

- Manter em observação e isolados todos os filhotes nascidos de mãe e/ou pai contaminados. Os gaiolões com muitos filhotes funcionariam como creches ampliando a disseminação da bactéria. A superpopulação é um fator poderoso na transmissão e manutenção dos Mycoplasmas dentro de um criadouro. Deve ser evitada a chamada China alada.

- Não caia naquela de dar antibióticos com finalidade profilática. São muito poucos os casos em que o uso profilático de antibióticos tem valor comprovado. E a infecção pelo Mycoplasma não é um deles. Fazendo isso você estará criando cepas resistentes da bactéria, um problema para a sua própria família e para os seus pássaros. Cepas resistentes de uma bactéria que se propaga facilmente num canaril são pragas de sogra (só um xiste, porque a minha era ótima).

- Cuidado especial com pássaros trazidos de fora do canaril, mesmo que seja somente para uma galadinha. Fazer quarentena nem sempre é praticável. Se o galador vier de canaril que mantenha boas condições higiênicas tudo fica mais fácil. Seria ótimo os donos dos bons pássaros galadores manterem os pássaros em ótimas condições de higiene física, social e até mental, pois, eles podem representar um boa fonte de renda para abater nas despesas do criatório.

- Com as aves vindas de outros criadouros a quarentena é obrigatória, a não ser que venham de criatório que mantenha rígidas condições de controle sanitário do plantel. Creio que a quarentena de três semanas seja suficiente para a maioria das doenças infecciosas. Não trazer o pássaro em gaiolas do criatório de onde o adquiriu. Manter o pássaro entrante fora das instalações que albergam o plantel. O ideal seria uma pessoa para cuidar somente dele e que não tivesse acesso ao criatório. Se não, usar luvas ou lavar rigorosamente as mãos, com água e sabão, após o trato e cuidados com os utensílios da ave em quarentena. Todos os utensílios, produtos alimentares, vassouras, pazinhas, cestos de lixo, etc. devem ser mantidos separadamente dos usados para o plantel. Ponto de água para lavar os utensílios separados. Muito cuidado com os excrementos. A quarentena deve ser para valer ou nem vale a pena ser feita.

Apesar de a transmissão ser através das secreções das vias respiratórias e genitais, condições anatômicas das aves, como a presença da cloaca que pode permitir contaminação das fezes e urina por parasitas existentes nas secreções genitais, deve-se ter alguns cuidados comuns no controle de parasitas, como as enterobactérias, que são transmitidas pela via fecal-oral. Esses cuidados tomam dimensão ainda maior se levarmos em conta que essas bactérias, principalmente a Escherichia coli, estão entre os parasitas capazes de agravar uma infecção pelos Mycoplasmas.:

- Lavar rigorosamente as mãos com água e sabão, sabão mesmo, esfregando as unhas com uma escovinha antes de manusear as frutas, as hortaliças e a água que serão fornecidos aos pássaros. As mãos devem ser lavadas, sempre com água e sabão, antes e depois de manusear pássaros ou os utensílios.

- Lavar rigorosamente, com água e sabão, frutas e as hortaliças que serão dadas aos pássaros e enxágua-las muito bem. Podem ser deixadas por alguns minutos em solução de água e vinagre ou de hipoclorito de sódio, não se esquecendo de enxaguar copiosamente antes de dá-las aos pássaros. Pela simplicidade creio que o lavar as mãos, as frutas e as hortaliças já será uma grande ajuda no controle desses parasitas.

- Oferecer aos pássaros somente água, no mínimo, filtrada. A água fervida seria mais seguro, desde que seja mantida no fogo pelos menos durante 20 minutos após levantar a fervura. Os mesmo cuidados devem ser tomados com a água para os banhos dos pássaros. Esfregar bem os bebedouros para remover o biofilme líquido que fica na superfície e que pode albergar muitas bactérias. O ideal seria ter jogos de dois bebedouros para intercalá-los diariamente, possibilitando a secagem completa de um dia para o outro do que não estiver sendo utilizado.

- Muito cuidado com as fezes das aves. O papel do fundo da gaiola deve ser trocado diariamente. O costume de colocar várias camadas de papel não é bom, pois, o filtrado da parte líquida fecal pode levar os parasitas para a folha de baixo (lembrar que estamos lidando com seres microscópicos). Deve ser usada uma folha de papel e a bandeja deve ser limpa diariamente e colocada ao sol (para isso, seria bom ter, pelo menos, duas bandejas por gaiola). Individualizar as bandejas para evitar usar bandeja usada em gaiola de pássaro contaminado em a gaiola de pássaro não contaminado, criando, assim, condições para disseminação da infecção pelo criatório. Se você usa areia na bandeja, tenha muito cuidado, pois, se não houver troca constante e higiene impecável, será um meio propício para manutenção dos parasitas.

- Muito cuidado com as gaiolas usadas para manter os machos ou levá-los aos torneios. Como ficam a maior parte do tempo fora do criatório, têm maiores possibilidades de ser depósitos de parasitas. São feitas de madeira, com muitos detalhes e têm muitas saliências e reentrâncias que facilitam a vida dos parasitas e dificultam higienizá-las. E, na maioria das vezes, não possuem grade separando a bandeja dos pássaros como acontece com as gaiolas de criação. Creio que, num futuro próximo, poderão ser substituídas por gaiolas feitas somente de arame.
- As vasilhas contendo sementes, farinhadas, minerais e água devem ser colocadas de modo a evitar que sejam atingidas pelos jatos evacuatórios dos pássaros. Inspecioná-las diariamente e, se estiverem sujas com excrementos, desprezar o conteúdo e higienizá-las.

idado com os poleiros. Devem ser colocados de maneira que não possam ser sujos pelas fezes, pois, pelo hábito das aves limparem o bico neles após alimentarem-se, a contaminação será fácil.
- Levar água filtrada e/ou fervida quando for a torneios, evitando dar ao pássaro água da torneira sem as condições higiênicas seguidas no criatório. Se esquecer, é preferível dar água de garrafa tipo natural. Nem para o banho deve ser usada água do local dos torneios.

- Cuidado com a água do banho dos pássaros. Deve ser, pelo menos, filtrada e, sempre que possível, fervida. Tirar a vasilha logo que o pássaro terminar o banho.

- Algumas vezes os parasitas podem ser trazidos para o criatório pelas patas de pássaros, como os pardais, ou das moscas. Telar as janelas, portas e as aberturas para a ventilação é medida heróica. Não deixar lixo ou restos de comida expostos é essencial porque eles atraem pássaros, moscas e predadores, inclusive ratos. Muitas plantas também são atrativas para os pássaros soltos visitarem o criadouro. - E sol, amigos, pois, onde entra o sol não entra o médico, ou o veterinário, como dizia minha avó. Locais escuros, muito quentes e úmidos jogam para os bandidos.

- As medidas profiláticas são econômicas e, tornadas rotinas, de fácil execução.

PEITO SECO

Peito seco não é propriamente uma doença, é sim, um sintoma.

A perda de massa corporal indica a incapacidade do organismo para aproveitar os nutrientes ingeridos.

Causas: Várias são as causas possíveis, a mais comum é a coccidiose. Também as verminoses mais significativas poderão levar a perda de massa corporal.

Sintomas: A perda de massa corporal faz com que o osso do peito do pássaro tome a forma de facão (certo exagero). Esse é um sintoma apresentado em um estagio avançado da doença. Um criador atento a seus pássaros perceberá alterações de comportamento, apetite, disposição e volume de ingestão de líquidos muito antes do peito secar.

Tratamento: É altamente indicado um exame de fezes para definir o diagnostico e determinar o tratamento. Na impossibilidade, ministrar um medicamento para coccidiose imediatamente. Manter farinhada com prebióticos e probioticos e complexo vitamínico. Concluído o tratamento da coccidiose. Aguarde uma semana e faça uma vermifugação.

Prevenção: Higiene, equilíbrio da dieta, ministrar probióticos regularmente ao plantel e observar as aves, procurando identificar possíveis problemas sanitários antes que se configure o peito seco.



terça-feira, 25 de agosto de 2009

PEVIDE

Pevide: Chamamos de Pevide à crosta que se forma na extremidade da língua de alguns pássaros, reflexo de uma inflamação que está associada a hipovitaminose.

Crosta retirada com auxílio de uma pinça

Causas: A principal causadora é carência de vitamina A.

Sintomas: O pássaro apresenta dificuldade para alimentar-se, abrindo e fechando o bico constantemente. O pássaro passa a se alimentar menos e emagrece.

Tratamento: Quando a crosta esta se soltando com relativa facilidade, o que ocorre na medida em que vai perdendo sua flexibilidade, poderá ser removida com uma pinça. A remoção da crosta facilitará a alimentação do pássaro.
No local deve ser passado um cotonete embebido em Nistatina solução oral, uma vez ao dia, durante uma semana.
Há estudos que apontam para uma associação de infestação parasitária com o surgimento da Pevide, embora essa seja conseqüência indireta. É indicado exame de fezes para identificação de infestações verminóticas e coccidiose.

Prevenção: Dieta equilibrada e controle verminótico do plantel